Relação entre o tabagismo dos pais no domicílio e o consumo de tabaco dos filhos: Implicações para a prevenção
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v23i3.10358Palavras-chave:
Tabagismo, Prevenção, Tratamento, Factores de risco, AdolescentesResumo
Introdução: Para se tomarem medidas de prevenção do consumo de tabaco eficazes, é necessário conhecer em detalhe quando, onde e porque se começa a fumar. O tabagismo dos pais, bem como as suas atitudes em relação ao tabaco, têm sido associados de uma forma constante com o tabagismo dos jovens. Objectivos: O principal objectivo desta investigação é determinar a relação entre o consumo de tabaco dos pais/mães e o dos filhos e a relação entre o consumo de tabaco dos pais/mães no domicílio e o dos filhos. Metodologia: Para atingir estes objectivos realizou-se no final do ano lectivo de 2002/2003 um estudo do tipo observacional analítico transversal a uma amostra de 1.141 alunos de 7 escolas EB 2,3 de Braga. Para atingir o primeiro objectivo comparou-se a prevalência do tabagismo em filhos de pais/mães fumadores e filhos de não fumadores através do c2. Para atingir o segundo objectivo comparou-se, através de uma análise do c2, a prevalência de alunos fumadores nos seguintes grupos: filhos de pais não fumadores; filhos de pais/mães fumadores que não fumam em casa; filhos de fumadores/as que fumam ocasionalmente em casa e filhos de fumadores/as que fumam diariamente no domicílio. Resultados: A percentagem de alunos fumadores diários e semanais é maior no grupo de alunos cujos pais fumam (respectivamente 5,2 e 5,7%) do que no grupo de alunos filhos de pais que não fumam (respectivamente 3,3 e 2,0%), sendo as diferenças estatisticamente significativas (p=0,004). Constata-se que a percentagem de alunos fumadores diários é maior no grupo de alunos cujas mães fumam (8,7%) do que no grupo de alunos filhos de mães que não fumam (3,1%), sendo as diferenças estatisticamente significativas (p=0,006). Verifica-se ainda que a percentagem de alunos fumadores é maior no grupo cujos pais fumam diária ou ocasionalmente em casa, sendo as diferenças estatisticamente significativas no caso do pai. Conclusões: Os dados do estudo permitem concluir que o consumo de tabaco pelos pais e pelas mães, particularmente no domicílio, é um factor microssocial de risco relacionado com o consumo de tabaco pelos filhos. Fumar no domicílio é também uma forma de maltratar as crianças pois é hoje reconhecida a toxicidade do fumo ambiental do tabaco na saúde, em particular das crianças e dos asmáticos.Downloads
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