Sintomas psiquiátricos e comportamentais da demência
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v26i1.10713Palavras-chave:
Sintomas Psiquiátricos e Comportamentais da Demência, Diagnóstico, Tratamento, Antipsicóticos, PsicotrópicosResumo
Para além das alterações cognitivas, as demências incluem outras manifestações sintomáticas de enorme importância. Estas manifestações de cariz psiquiátrico e comportamental têm sido designadas, no seu conjunto, por sintomas psiquiátricos (ou psicológicos) e comportamentais da demência (SPCD). OS SPDC são bastante importantes por várias razões e são uma razão importante de consulta dos Clínicos Gerais/Médicos de Família. Alguns destes sintomas tendem a ocorrer simultaneamente, em factores, como a psicose (inclui a agitação e a agressividade), o humor (depressão e ansiedade), o comportamento frontal (desinibição e euforia), a apatia e a insónia. A causa destes sintomas pode ser a própria demência e, nalgumas situações, podem constituir elementos nucleares do seu diagnóstico. Todavia, a possibilidade de serem causados por uma outra doença médica ou por fármacos deve ser activamente investigada, especialmente se se observarem algumas características sintomatológicas particulares. A exclusão de uma causa secundária (não demencial) é obrigatória. Em termos de tratamento, e excluídas outras causas secundárias, deve ser instituída uma terapêutica antidemencial específica, já que há evidência que os inibidores da acetilcolinesterase e a memantina melhoram, não só os sintomas cognitivos, mas também os SPCD nalgumas demências. Em segundo lugar, devem ser instituídas medidas não farmacológicas. Todavia, se houver urgência no tratamento ou se os sintomas foram muito intensos, pode ser necessário iniciar de imediato tratamento farmacológico sintomático específico. Deve ser identificado o sintoma ou os sintomas problemáticos e ser efectuada terapêutica farmacológica dirigida. Apesar de os ensaios clínicos realizados com o objectivo de avaliar a eficácia das terapêuticas para os SPCD serem escassos e por vezes de qualidade insuficiente, é de extrema importância tratar estes sintomas. É necessário também instruir os cuidadores, pois são pessoas que habitualmente não possuem competência técnica para lidar com estes fenómenos. Qualquer SPCD de difícil controlo, especialmente se não melhorar após as medidas terapêuticas aqui descritas, poderá ser referenciado a uma consulta de Psiquiatria ou Neurologia, com a indicação de «SPCD [especificar] de difícil controlo após tratamento com [especificar]».Downloads
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