A morte, o sofrimento e a doença – um luto diferente
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v30i2.11284Palavras-chave:
Pesar, Transtorno Conversivo, Saúde HolísticaResumo
Introdução: São competências do Médico de Família (MF) a gestão dos problemas de saúde em todas as suas dimensões e a utilização eficiente dos recursos de saúde num papel de provedoria do doente. Descrição do Caso: Homem de 51 anos, casado, pai de 3 filhos vivos. Os antecedentes patológicos iniciaram-se em 2008, com uma perturbação depressiva reativa à morte de um filho. Em 2011 inicia «convulsões», atribuindo-se-lhe o diagnóstico, em neurologia, de epilepsia, tendo sido medicado com doses crescentes de anticonvulsivantes apesar de estudo etiológico inconclusivo. Em agosto de 2012, após intoxicação medicamentosa voluntária (referindo «…eu tenho de ir para a beira do menino…»), é referenciado à consulta de psiquiatria que nunca se concretizou. Em março de 2013, na consulta do MF, dada a persistência da sintomatologia, considera-se que poderá existir um quadro de somatização/conversão, sendo o doente referenciado à consulta de psiquiatria. É observado em abril de 2013, medicado com sertralina e clonazepam, com resolução parcial das «crises». Comentário: Este caso salienta a importância da valorização das queixas no contexto biopsicossocial do doente. A perda de um membro da família está associada a uma maior vulnerabilidade a distúrbios psiquiátricos, nomeadamente comportamentos suicidas. Ressalta o papel do MF como gestor dos recursos de saúde e orientador do paciente. Numa era de subespecialização, é função do Médico de Família oferecer ao doente uma abordagem holística, valorizando tanto o seu sofrimento como a sua doença.Downloads
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