Prevalência do consumo de risco de álcool no idoso: estudo numa unidade dos cuidados primários da região de Braga
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v32i4.11828Palavras-chave:
Etanol, IdosoResumo
Introdução: O consumo de álcool está associado a riscos e benefícios dependendo da quantidade ingerida. Perceber os padrões de consumo de uma população torna-se fundamental na prevenção dos riscos associados ao álcool. Os idosos, pelas suas particularidades, representam um grupo de interesse maior, que atualmente está subestudado nesta área. Considerando o papel central dos médicos de família na avaliação global do utente, a sua ação preventiva é fulcral. Objetivos: Estimar a prevalência do consumo de risco do álcool em idosos numa unidade de cuidados primários e caracterizar a população em estudo. Métodos: Estudo transversal de uma população de 1.225 indivíduos com 65 ou mais anos de idade. Definiu-se uma amostra aleatória representativa constituída por 210 idosos. A recolha dos dados foi efetuada com recurso à ficha individual do utente. Por consumo de risco definiu-se aquele superior ou igual a 14 unidades padrão de etanol (168g) por semana. Resultados: Da amostra de 210 idosos, com idade média de 73,7±7,7 anos, 57,6% eram mulheres. A prevalência encontrada para o consumo de álcool foi de 63% (IC95%: 56-69) e de consumo de risco de 32,9% (IC95%: 26-39) – nos homens 56,2% (IC95%: 49-62) e nas mulheres 15,7% (IC95%: 10-20), sendo 36,7% (IC95%: 30-41) da amostra abstinente. Verificou-se associação significativa entre o género masculino e o consumo de risco do álcool. A idade e a escolaridade não apresentaram associação com o consumo de risco. Discussão: No idoso, o consumo excessivo de álcool pode ter consequências particularmente gravosas. Não obstante, verifica-se uma escassez de estudos que avaliem o padrão de consumo de álcool nesta população. Observou-se que 63,3% dos idosos consome álcool, com predomínio do género masculino, o que não difere dos dados nacionais. De realçar, porém, que a prevalência do consumo de risco, que inclui um terço da amostra, é superior à encontrada noutros estudos similares. Conclusão: O consumo de risco do álcool é prevalente no idoso, pelo que o médico de família deve estar consciente deste problema.Downloads
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