A importância da visão do todo na compreensão da parte: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i2.11952Resumo
Introdução
Em medicina geral e familiar o utente deve ser encarado como uma parte de um todo a que pertence – a família, sendo os instrumentos de avaliação familiar ferramentas essenciais para o médico de família (MF). Outro auxiliar é o desenho infantil. Com este, é possivel ultrapassar a inibição verbal e comunicar na infância. Nesta faixa etária, muitas das alterações do comportamento são resultantes de problemas no meio sociofamiliar. No caso dos filhos de pais separados, os efeitos da separação e os conflitos na díade parental são extensos e podem afetar vários aspetos do desenvolvimento infantil. Este caso pretende demonstrar que uma boa relação entre o MF, a criança e sua família poderá ser “a chave” para a identificação e referenciação de situações risco.
Descrição do caso
Criança do género masculino, 8 anos, no terceiro ano de escolaridade, pais separados, a viver com a mãe e irmã. A mãe agenda consulta por o filho andar a verbalizar pensamentos negativos e não gostar da escola. Recorreu-se ao desenho infantil, descobrindo-se que esta criança era vítima de bullying e que a separação dos pais era causa de sofrimento. Construiu-se com a mãe o genograma e a psicofigura de Mitchell, expondo dados até então desconhecidos e que estavam na origem do comportamento desta criança. Foi referenciado para consulta de psicologia clínica.
Comentário
Trabalhar com famílias é tão interessante, quanto desafiante, sendo importante que o MF saiba quando deve passar do registo individual para uma observação do sistema familiar. O genograma, a psicofigura de Mitchell e o desenho infantil revelaram-se essenciais para clarificar e orientar a presente situação. Muitos dos problemas na infância têm origem no contexto sociofamiliar, aos quais o clínico deve estar atento. O MF deverá ser visto como um elemento de acolhimento, apoio e promoção da saúde no sistema familiar.Downloads
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