Embolia pulmonar: um desafio diagnóstico
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13386Palavras-chave:
Embolia pulmonar, Dispneia, Cuidados de saúde primáriosResumo
Introdução: O tromboembolismo venoso inclui a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar. Em Portugal, a incidência de embolia pulmonar foi estimada em 35 por 100.000 habitantes. As suas manifestações clínicas são inespecíficas. Este relato de caso pretende realçar o desafio na suspeita clínica de embolia pulmonar, principalmente nos cuidados de saúde primários.
Descrição do caso: Homem de 76 anos, com hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade, perturbação depressiva, hipertrofia benigna da próstata, veias varicosas, insuficiência venosa crónica e trombose venosa profunda em 2012. Após intervenção cirúrgica urológica iniciou queixas de cansaço. Passado um mês recorreu à consulta aberta da unidade de saúde familiar, num período de ausência da médica de família, e ao serviço de urgência. Foi também avaliado na consulta de urologia pós-operatória, onde referiu a persistência das queixas. Na consulta com a médica de família, este cansaço foi caracterizado como sensação de dispneia e desconforto torácico. Apresentava bom estado geral, sem sinais de dificuldade respiratória. Pressão arterial 134/82mmHg, frequência cardíaca 85bpm, saturação periférica de oxigénio 92%. Auscultação cardíaca e pulmonar sem alterações. Ausência de sinais de trombose venosa profunda ou superficial. Foi referenciado para o serviço de urgência hospitalar para despiste de embolia pulmonar. Foi internado no serviço de medicina interna com diagnóstico de embolia pulmonar extensa bilateral e insuficiência respiratória.
Comentário: Além de uma história clínica detalhada e exame objetivo, a procura ativa de fatores predisponentes é fundamental na suspeita clínica de embolia pulmonar.
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