Complicações cardiovasculares na diabetes
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v23i5.10411Palavras-chave:
Diabetes, Prevenção Primária, Prevenção Secundária, Complicações MacrovascularesResumo
Introdução: A Diabetes é uma doença cada vez mais prevalente, sendo as complicações macrovasculares uma das consequências mais graves, com custos sócio-económicos elevados. A constante evolução de conhecimentos nesta área justifica uma revisão do tema. Objectivos: Definir metas a atingir, à luz da melhor evidência científica, no que respeita às prevenções primária e secundária das complicações macrovasculares no diabético. Metodologia: Efectuou-se uma revisão de orientações e recomendações, de estudos de intervenção randomizados e controlados e meta-análises com particular interesse para este tema. Resultados: No diabético é necessária uma intervenção englobando os diferentes factores de risco. Na prevenção primária é fundamental a modificação dos estilos de vida. A dieta deve ser individualizada, preconizando-se a diminuição da ingesta de gorduras, sódio e conteúdo calórico, associada à prática regular de exercício. A cessação tabágica deve ser encorajada. Os níveis glicémicos devem ser monitorizados objectivando-se uma HbA1C<7% (se possível <6%). Recomendam-se valores tensionais <130/80mmHg. Relativamente ao perfil lipídico, recomendam-se valores de LDL-c <100mg/dL, HDL-c > 40mg/dL no homem e >50mg/dL na mulher, e triglicéridos<150mg/dL. Na prevenção secundária, o electrocardiograma é o único exame complementar recomendado no rastreio de complicações cardíacas, devendo ser realizado bienalmente no diabético com ³50 anos com, pelo menos, mais um factor de risco. Outros exames complementares devem ser equacionados na presença de alterações electrocardiográficas e/ou sintomatologia sugestiva de doença cardiovascular. Nos doentes com clínica recomenda-se o inicio da terapêutica farmacológica e modificação dos estilos de vida, tendo com objectivo opcional LDL-c <70mg/dL, e ainda triglicéridos< 150mg/dL e HDL-c >40mg/dL no homem e >50mg/dL na mulher. Na necessidade de anti-coagulação oral recomenda-se um INR entre 2 e 3. As recomendações relativas aos restantes factores de risco são similares às da prevenção primária. Conclusões: Nas prevenções primária e secundária da doença cardiovascular do diabético é importante uma abordagem multifactorial, pois resulta em marcados benefícios na sua qualidade de vida pela redução da morbilidade que lhe está associada.Downloads
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