Qualidade do seguimento de doentes com síndroma de apneia obstrutiva do sono numa unidade de saúde familiar: estudo pré-pós intervenção

Autores

  • Ana Aveiro Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF As Gândras, ULS Coimbra. Cantanhede, Portugal.
  • Beatriz Nunes Graça Médica Interna em Medicina Geral e Familiar. USF Condeixa, ULS Coimbra. Condeixa-a-Nova, Portugal.
  • Ana Margarida Santos Médica Interna em Medicina Geral e Familiar. USF Condeixa, ULS Coimbra. Condeixa-a-Nova, Portugal.
  • Tiago Pereira Médico Interno em Medicina Geral e Familiar. USF Condeixa, ULS Coimbra. Condeixa-a-Nova, Portugal.
  • Soraia Ribeiro Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Marquês, ULS Região de Leiria. Pombal, Portugal.
  • Carla Silva Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Condeixa, ULS Coimbra. Condeixa-a-Nova, Portugal.
  • Carlos Seiça Cardoso Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Condeixa, ULS Coimbra. Condeixa-a-Nova, Portugal | Assistente Convidado. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i3.13547

Palavras-chave:

Cuidados de saúde primários, Melhoria da qualidade, Apneia obstrutiva do sono

Resumo

Introdução: Os doentes com síndroma de apneia obstrutiva do sono (SAOS) sob ventiloterapia, após alta da consulta hospitalar, devem manter o seguimento nos cuidados de saúde primários, para monitorização terapêutica.

Objetivos: Melhorar o seguimento de doentes com SAOS sob ventiloterapia e sem acompanhamento hospitalar, numa Unidade de Saúde Familiar (USF). Outcome secundário: avaliação do número de referenciações hospitalares por terapêutica ineficaz/baixa adesão.

Métodos: Estudo quasi-experimental, pré-pós intervenção, numa USF. Foram identificados doentes com diagnóstico de Perturbação do Sono (P06 – ICPC2), com SAOS, sob ventiloterapia, sem seguimento em consulta hospitalar. Analisados os dados do processo clínico relativos a interpretação de relatório de ventiloterapia, realização de consulta de seguimento e referenciação hospitalar. A primeira avaliação incidiu sobre o período entre janeiro e dezembro/2019. Posteriormente foram realizadas sessões formativas, com envolvimento da equipa multiprofissional. Desenvolvido procedimento de atuação para otimizar o pedido de relatórios por parte da equipa administrativa. Fornecido material auxiliar de memória e criada pasta informática com guião de seguimento de utentes, documento modelo para solicitação de relatório e panfleto sobre SAOS. A segunda avaliação incidiu sobre janeiro e dezembro/2021. Foram estabelecidas as seguintes metas, após discussão em reunião médica: taxa de consultas de seguimento ≥20%; taxa de interpretação de relatórios de ventiloterapia ≥20%.

Resultados: Na primeira avaliação não se verificou a realização de consultas de seguimento de SAOS na USF. Em 2021 atingiu-se uma taxa de interpretação de relatórios de ventiloterapia de 25,47%, uma taxa de consultas de seguimento de 15,09% e foram realizadas cinco referenciações hospitalares por terapêutica inadequada.

Conclusões: Apesar da meta definida para consultas de seguimento não ter sido atingida, este estudo promoveu o envolvimento de toda a equipa multiprofissional e a implementação de uma estratégia simples de acompanhamento e otimização terapêutica de doentes com SAOS na USF.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Direção-Geral da Saúde. Programa nacional para as doenças respiratórias 2017. Lisboa: DGS; 2017.

Direção-Geral da Saúde. Programa nacional para as doenças respiratórias 2012-2016. 2ª ed. Lisboa: DGS; 2013.

Rodrigues AP, Pinto P, Nunes B, Bárbara C. Síndrome de apneia obstrutiva do sono: epidemiologia, diagnóstico e tratamento - Um estudo da Rede Médicos-Sentinela. Programa Nacional para as Doenças Respiratórias. Lisboa: Direção-Geral da Saúde; 2014.

Direção-Geral da Saúde. Seguimento nos cuidados de saúde primários de doentes com síndrome de apneia obstrutiva do sono sob terapêutica com pressão positiva contínua: orientação nº 022/2014, de 30/12/2014, atualizada em 28/11/2016. Lisboa: DGS; 2016.

Jacobowitz O, Afifi L, Penzel T, Poyares D, Marklund M, Kushida C, et al. Endorsement of: "Treatment of adult obstructive sleep apnea with positive airway pressure: an American Academy of Sleep Medicine Clinical Practice Guideline" by World Sleep Society. Sleep Med. 2022;89:19-22.

Direção-Geral da Saúde. Cuidados respiratórios domiciliários: prescrição de ventiloterapia e outros equipamentos: norma nº 022/2011, de 28/09/2011, atualizada em 11/09/2015. Lisboa: DGS; 2015.

Pendharkar SR, Blades K, Kelly JE, Tsai WH, Lien DC, Clement F, et al. Perspectives on primary care management of obstructive sleep apnea: a qualitative study of patients and health care providers. J Clin Sleep Med. 2021;17(1):89-98.

Skjodt NM. Approach to outpatient management of adult sleep apnea. Can Fam Physician. 2008;54(10):1408-12.

Spicuzza L, Sanna A. Continuum of care for patients with obstructive sleep apnea after one year from the COVID-19 pandemic onset: no time for further delays (practical issues for a safe and effective management). Sleep Med. 2021;84:98-106.

Johns MW. Escala de sonolência de Epworth: versão portuguesa [Internet]. Coimbra: Centro de Estudo e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra; 2001. Available from: http://www.sleepontario.com/docs/scales/ESS/ESS_Portugese.pdf

Serviço Nacional de Saúde. Acesso a cuidados de saúde nos estabelecimentos do SNS e entidades convencionadas: relatório anual [Internet]. Lisboa: SNS; 2019. Available from: https://www.acss.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/08/Relatorio_Anual_Acesso_2019.pdf

Downloads

Publicado

08-07-2024

Como Citar

Qualidade do seguimento de doentes com síndroma de apneia obstrutiva do sono numa unidade de saúde familiar: estudo pré-pós intervenção. (2024). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 40(3), 222-8. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i3.13547

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)