Perceção dos médicos de família sobre medicina defensiva: estudo transversal

Authors

  • Ana Catarina Esteves Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Quinta das Lindas, ULS Lisboa Ocidental. Barcarena, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-0061-3996
  • Catarina Brás Carvalho Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Linda-a-Velha, ULS Lisboa Ocidental. Linda-a-Velha, Portugal.
  • Marina Faria Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Lusa, ULS Lisboa Ocidental. Carnaxide, Portugal.
  • Mariana Santos Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Quinta das Lindas, ULS Lisboa Ocidental. Barcarena, Portugal.
  • Juan Rachadell Médico de Saúde Pública. Unidade Saúde Pública, ULS Alentejo Central. Évora, Portugal.
  • Leonor Farinha Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Linda-a-Velha, ULS Lisboa Ocidental. Linda-a-Velha, Portugal.
  • Sofia Tomé Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Quinta das Lindas, ULS Lisboa Ocidental. Barcarena, Portugal.
  • Sara João Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Linda-a-Velha, ULS Lisboa Ocidental. Linda-a-Velha, Portugal.
  • Catarina Caetano Médica de Medicina Geral e Familiar. USF Descobertas, ULS Lisboa Ocidental. Algés, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i4.13362

Keywords:

Prática de medicina defensiva, Cuidados de saúde primários, Resultados em saúde

Abstract

Introdução e objetivos: A medicina defensiva (MD) é definida como um desvio à prática médica considerada standard, por receio de processos médicos com consequências importantes para os doentes, médicos e fundos públicos. O objetivo do trabalho é avaliar a perceção que os médicos de medicina geral e familiar do ACeS Lisboa Ocidental e Oeiras (ACeS LxOO) têm relativamente à prática de medicina defensiva. 

Métodos: Foi desenvolvido um estudo transversal entre maio/2019 e setembro/2020. Foram incluídos 182 médicos do ACeS LxOO. Cada participante recebeu um questionário que, após preenchimento dentro do prazo definido de dois meses, foi recolhido e os dados foram tratados recorrendo ao SPSS®, v. 27.

Resultados: Foram incluídos 138 questionários (11 excluídos e 33 não preenchidos). 61% dos médicos consideram MD como um problema moderado e 92,2% já praticou MD, que se traduziu em pedir mais exames (93,7%), referenciar mais (53,2%) e marcar mais consultas (34,9%). As razões principais que motivaram a prática da MD foram: necessidade de tomar decisões mais seguras (63,8%) e a insistência do doente em realizar mais exames ou procedimentos (55,9%). 68,3% dos médicos consideram que a MD reduz o número de processos médicos.

Discussão: A maioria dos médicos já praticou pelo menos uma vez MD durante o exercício da sua profissão. Consideram a MD um problema e reconhecem o elevado custo associado. Acreditam que desenvolvimento de protocolos, apoio legal, tempo de consulta ajustado à necessidade e literacia em saúde podem diminuir o problema. Não foi possível estabelecer uma associação entre local de trabalho e a prática da MD devido ao número reduzido de participantes. Futuramente pretende-se conhecer estes dados a nível nacional, obter resultados mais robustos, de forma a possibilitar a proposta de novas estratégias de saúde.

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References

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Published

2025-09-05

How to Cite

Perceção dos médicos de família sobre medicina defensiva: estudo transversal. (2025). Portuguese Journal of Family Medicine and General Practice, 41(4), 344-53. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i4.13362