Maus tratos nos idosos - Abordagem nos cuidados de saúde primários
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v25i5.10667Palabras clave:
Elder Abuse, Primary CareResumen
Objectivo: O progresso da Medicina permitiu o aumento da esperança e qualidade de vida. Simultaneamente, as alterações nos contextos social e familiar modificaram o estatuto social do idoso. Estudos recentes revelam que a violência contra idosos está a aumentar em Portugal (dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima indicam aumento de 20,4% no total de idosos vítimas de crime, de 2006 para 2007). Para muitos idosos, a consulta no Médico de Família (MF) é a única oportunidade para detectar maus-tratos. Este trabalho tem como objectivo rever estratégias de prevenção, identificação e intervenção em situações de maus-tratos nos idosos, em cuidados de saúde primários (CSP). Fontes de dados: Medline e sites de medicina baseada na evidência. Métodos de revisão: Efectuou-se uma pesquisa de artigos de revisão e normas de orientação clínica na Medline e sites de medicina baseada na evidência (National Clearinghouse, The Cochrane Library, Bandolier), publicados entre 1998 e 2008, em português, inglês e espanhol, com as palavras-chave (termos MESH): «elder abuse» e «primary care». Resultados: Foram encontrados 13 artigos, dos quais foram seleccionados 7: 3 revisões sistemáticas, 3 ensaios clínicos aleatorizados e controlados e 1 norma de orientação clínica. Há vários tipos de maus-tratos: físicos; psicológicos; negligência; abuso económico e auto-negligência. A prevenção primária passa pela identificação dos factores de risco (FR), no idoso (comorbilidades, deterioração cognitiva, isolamento social...) e no cuidador (sobrecarga física e emocional, toxicodependência...). A prevenção secundária consiste na identificação dos maus-tratos (colocação de perguntas-chave, detecção de sinais de maus-tratos e avaliação da relação idoso-cuidador) e na instituição de medidas que evitem a sua perpetuação. O MF, em colaboração com enfermeiros, Assistentes Sociais e Psicólogos, poderá intervir de diversas formas: aconselhar frequência de centro-de-dia, apoio domiciliário, recurso a Unidades de Cuidados Continuados, etc. Conclusões: Os MF estão em condição privilegiada para reconhecer situações de maus tratos e intervir preventivamente, identificando idosos que necessitam de protecção ou famílias incapazes de prestar cuidados. Dada a falta de normas de orientação e de legislação específica, considera-se importante a realização de protocolos que poderiam potenciar a capacidade de intervenção nesta problemática, nos CSP.Descargas
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