Resposta hipertensiva ao esforço: um problema silencioso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i2.11466Palabras clave:
Hipertensão, Teste de Esforço, Pré-hipertensãoResumen
Introdução: As pessoas fisicamente ativas são habitualmente consideradas saudáveis e protegidas de doença cardiovascular e de hipertensão pela manutenção de uma boa condição física. De facto, a prevalência de hipertensão nestes grupos calcula-se ser cerca de 50% inferior em relação à da população geral, sendo o exercício físico uma medida não farmacológica para controlo do risco cardiovascular. É objetivo deste trabalho sensibilizar os profissionais de saúde para o problema da hipertensão arterial de esforço (hipertensão incidental) e para a necessidade de um diagnóstico precoce de maneira a rastrear e controlar o risco cardiovascular destes doentes. Descrição de caso: JFR, sexo masculino, 33 anos, caucasiano, assintomático. Ex-atleta de alta competição (praticante de natação pura durante 12 anos, entre os 10 e os 22 anos de idade); atualmente praticante regular de exercício físico de moderada/alta intensidade. Fumador (cinco UMA), com um IMC de 28,9kg/m2 e com antecedentes familiares de obesidade e hipertensão arterial. No contexto de exames de avaliação clínica de “rotina” detetaram-se valores tensionais borderline (normal/alto), excesso ponderal, hipercolesterolemia (com um índice colesterol total/colesterol HDL de 4,7), hipertrofia ventricular esquerda por critérios eletro e ecocardiográficos; a monitorização ambulatória da pressão arterial de 24h não evidenciou hipertensão arterial. No seguimento da avaliação médica, verificou-se uma prova de esforço com franca resposta hipertensiva, o que permitiu não só explicar as anomalias cardíacas encontradas, mas também intervir com medidas farmacológicas precoces que se mostraram eficazes no controlo da mesma. Comentário: Em pessoas assintomáticas e normotensas, uma resposta tensional exagerada durante o exercício está associada a um risco aumentado de desenvolvimento de hipertensão, com consequente risco de repercussões cardiovasculares negativas. A prova de esforço pode ser útil para identificar indivíduos com respostas anormais, eventualmente percussoras de hipertensão, permitindo uma intervenção precoce na história natural da doença. Este caso salienta a importância de se conhecerem os estilos de vida dos doentes para que a avaliação clínica seja o mais correta possível.Descargas
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