Quando o apego às coisas se trata de síndroma de Diógenes: a propósito de um caso clínico
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v32i2.11736Palabras clave:
Síndroma de Diógenes, Médico de Família, Abordagem MultidisciplinarResumen
Introdução: A síndroma de Diógenes é um distúrbio de comportamento típico dos idosos. Caracteriza-se pela rejeição dos padrões sociais, traduzida pelo descuido pessoal e habitacional, no isolamento social progressivo e no reduzido juízo crítico para o problema, associado à acumulação de objetos e lixo. Apesar de a investigação nesta área ainda ser escassa, cerca de um terço a metade destes indivíduos não apresenta qualquer patologia psiquiátrica concomitante. Caso clínico: Mulher, 78 anos, solteira, a viver sozinha após morte da irmã há cerca de três anos, com o quarto ano de escolaridade. Sem antecedentes médico-cirúrgicos de relevo. Foi trazida, pela primeira vez, à consulta aberta por uma vizinha, que referia que a doente vivia em habitação sem condições mínimas de habitabilidade e salubridade, com cuidados de higiene semanais e fornecidos pela mesma. Para averiguação das condições de habitabilidade foi agendado domicílio, onde foi constatada a acumulação de objetos e detritos na habitação. Para o apoio da doente foi contactada a assistente social, tendo a utente recusado a sua entrada no domicílio. Foi então notificado o Ministério Público, que solicitou a sua referenciação para a consulta de psiquiatria para despiste de doença psiquiátrica subjacente. Comentário: O envelhecimento da população é um fenómeno mundial, sendo considerado como uma conquista da longevidade. Apesar desta conquista, a necessidade de cuidado ao idoso é crescente e evidenciada quando ocorre compromisso da capacidade funcional, ao ponto de impedir o autocuidado, aumentando a responsabilidade sobre a família e sobre o sistema de saúde. O grave isolamento associado à síndroma de Diógenes, numa condição de vida à margem da sociedade, torna difícil a deteção destas situações. Assim, a visita domiciliária assume um papel fulcral na deteção precoce desta patologia. Além disso, o médico de família, como prestador de cuidados de primeira linha, deve promover a integração da família/cuidadores nos cuidados a prestar a estes doentes.Descargas
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