Quando não é só uma gripe: relato de caso de uma miosite viral
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i4.13318Palabras clave:
Influenza, Gripe, MiositeResumen
Introdução: As infeções das vias aéreas superiores (IVAS) em crianças são dos motivos mais comuns de consulta aguda nos cuidados de saúde primários e habitualmente têm bom prognóstico. No entanto, em certos quadros clínicos, as complicações ou doenças menos comuns, como a miosite, devem ser consideradas.
Descrição do caso: Uma criança de oito anos de idade, previamente saudável, foi observada pela primeira vez no centro de saúde em novembro de 2019 por tosse e febre com dois dias de evolução, sem alterações de relevo no exame objetivo – foi assumida uma IVAS e prescrito tratamento com antipirético e reforço da hidratação oral. O doente volta três dias depois à unidade com manutenção do quadro clínico, marcha anormal e dor na região posterior da perna, na região dos músculos gastrocnemius bilateralmente. Ao exame objetivo e neurológico, além da alteração da marcha, não apresentava outros achados. Pela evolução suspeita do quadro foi referenciado para o serviço de urgência pediátrico hospitalar para avaliação. Não foram encontradas outras alterações ao exame objetivo. Foi submetido a estudo analítico, que revelou uma creatina cinase (CK) de 7110U/L, mioglobina de 1935ng/ml e aspartato aminotransferase (AST) de 191U/L, sem alteração de função renal. Perante resultados sugestivos de miosite foi decidido internamento para fluidoterapia intravenosa. Em regime de internamento foi realizado aspirado nasofaríngeo para cultura e virologia, que testou positivo para vírus Influenza B; foi, assim, assumido o diagnóstico de miosite vírica por Influenza B. O doente recebeu tratamento com oseltamivir durante quatro dias em regime de internamento, com boa resposta. Teve alta hospitalar após estes quatro dias, assintomático e com indicação para repouso e reforço da hidratação oral.
Comentário: Devemos estar atentos a sintomas menos comuns em casos de presumíveis de IVAS e aumentar a acessibilidade dos cuidados de saúde primários para reavaliações de certos casos.
Descargas
Referencias
Mackay MT, Kornberg AJ, Shield LK, Dennett X. Benign acute childhood myositis: laboratory and clinical features. Neurology. 1999;53(9):2127-31.
Chu EC, Yip AS. A rare presentation of benign acute childhood myositis. Clin Case Rep. 2019;7(3):461-4.
Mall S, Buchholz U, Tibussek D, Jurke A, der Heiden MA, Diedrich S, et al. A large outbreak of influenza B-associated benign acute childhood myositis in Germany, 2007/2008. Pediatr Infect Dis J. 2011;30(8):e142-6.
Koliou M, Hadjiloizou S, Ourani S, Demosthenous A, Hadjidemetriou A. A case of benign acute childhood myositis associated with influenza A (H1n1) virus infection. Clin Microbiol Infect. 2010;16(2):193-5.
Middleton PJ, Alexander RM, Szymanski MT. Severe myositis during recovery from influenza. Lancet. 1970;2(7672):533-5.
Farrell MK, Partin JC, Bove KE. Epidemic influenza myopathy in Cincinnati in 1977. J Pediatr. 1980;96(3 Pt 2):545-51.
Ruff RL, Secrist D. Viral studies in benign acute childhood myositis. Arch Neurol. 1982;39(5):261-3.
Munoz MF. Seasonal influenza in children: clinical features and diagnosis. UpToDate [Internet]; 2020 [updated 2021 Nov 5]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/seasonal-influenza-in-children-clinical-features-and-diagnosis
Agyeman P, Duppenthaler A, Heininger U, Aebi C. Influenza-associated myositis in children. Infection. 2004;32(4):199-203.
Crennan JM, Van Scoy RE, McKenna CH, Smith TF. Echovirus polymyositis in patients with hypogammaglobulinemia: failure of high-dose intravenous gammaglobulin therapy and review of the literature. Am J Med. 1986;81(1):35-42.
Bhai S, Naddaf E, Dimachkie MM. Overview of viral myositis. UpToDate; 2019 [updated 2022 May 31]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/overview-of-viral-myositis
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.