Razões para a falta a consultas médicas em unidades de medicina geral e familiar: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13741Palabras clave:
Cuidados de saúde primários, Falta a consultas, Medicina geral e familiarResumen
Introdução: A informação sobre faltas às consultas de medicina geral e familiar (MGF) é escassa em Portugal.
Objetivos: Estudar os motivos de falta a consultas de MGF em três Unidades de Saúde Familiar no centro de Portugal, em 2022, segundo as variáveis de contexto sexo, grupo etário, índice de Graffar, tempo decorrido desde a marcação e slot horário da consulta.
Métodos: Estudo observacional transversal no centro de Portugal, realizado após parecer positivo da Comissão de Ética, com recolha, em anonimato, dos dados de utentes com consulta agendada e não realizada de maio a julho de 2022, através de entrevista telefónica efetuada por um médico interno de MGF de cada unidade, no mês de agosto. Após introdução, garantido o anonimato, era questionado há quanto tempo tinha realizado o agendamento e o motivo da falta à consulta.
Resultados: Foram contactados 617 utentes que faltaram nos meses de maio a julho de 2022, tendo-se obtido 455 (73,7%) respostas. Os motivos mais frequentes foram esquecimento (27,6%), dificuldades de transporte e problema já solucionado (8,9% para cada) e “julgar o motivo já não merecer consulta” (8,1%). Em função das variáveis de contexto verificou-se diferença significativa para “há quanto tempo tinha marcado a consulta” (p<0,001) e não significativa para sexo (p=0,721), grupo etário (p=0,765), índice de Graffar (p=0,084) e slot horário (p=0,084). O grupo “outros motivos” teve prevalência de 42,8%, revelando diferença não significativa para as variáveis consideradas.
Discussão: A compreensão das razões para a falta à consulta agendada implica a verificação das razões pelo utente, permitindo ao prestador adotar atitudes pró-ativas para a resolução do acesso.
Conclusão: O esquecimento, as dificuldades de transporte e o problema já ter sido solucionado foram os motivos de falta a consultas mais frequentes na população em estudo.
Descargas
Referencias
Neal RD, Lawlor DA, Allgar V, Colledge M, Ali S, Hassey A, et al. Missed appointments in general practice: retrospective data analysis from four practices. Br J Gen Pract. 2001;51(471):830-2.
George A, Rubin G. Non-attendance in general practice: a systematic review and its implications for access to primary health care. Fam Pract. 2003;20(2):178-84.
Ellis DA, McQueenie R, McConnachie A, Wilson P, Williamson AE. Demographic and practice factors predicting repeated non-attendance in primary care: a national retrospective cohort analysis. Lancet Public Health. 2017;2(12):e551-9.
Campbell K, Millard A, McCartney G, McCullough S. Who is least likely to attend? An analysis of outpatient appointment ‘Did Not Attend’ (DNA) data in Scotland [Internet]. Edinburgh: NHS Health Scotland; 2015. Available from: https://www.healthscotland.scot/media/1131/5317_dna-analysis_national.pdf
Margham T, Williams C, Steadman J, Hull S. Reducing missed appointments in general practice: evaluation of a quality improvement programme in East London. Br J Gen Pract. 2021;71(702):e31-8.
Martin C, Perfect T, Mantle G. Non-attendance in primary care: the views of patients and practices on its causes, impact and solutions. Fam Pract. 2005;22(6):638-43.
Ullah S, Rajan S, Liu T, Demagistris E, Jahrstorfer R, Anandan S, et al. Why do patients miss their appointments at primary care clinics? J Fam Med Dis Prev. 2018;4(3):090.
Reis FA. Não comparência a consultas médicas, sua caracterização e implicações no acesso aos cuidados de saúde: uma revisão da literatura [dissertation]. Porto: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar; 2020.
Hwang AS, Atlas SJ, Cronin P, Ashburner JM, Shah SJ, He W, et al. Appointment “no-shows” are an independent predictor of subsequent quality of care and resource utilization outcomes. J Gen Intern Med. 2015;30(10):1426-33.
Sharp DJ, Hamilton W. Non-attendance at general practices and outpatient clinics. BMJ. 2001;323(7321):1081-2.
Prazeres F, Santiago L. Prevalence of multimorbidity in the adult population attending primary care in Portugal: a cross-sectional study. BMJ Open. 2015;5(9):e009287.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.