Um caso raro de diarreia crónica num doente imunocompetente: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i6.13772Palabras clave:
Diarreia, Spirochaetales, Brachyspira, Caso clínicoResumen
Introdução: A espiroquetose intestinal (EI) é definida pela presença de espiroquetas na superfície da mucosa cólica, sendo os organismos implicados a Brachyspira aalborgi ou Brachyspira pilosicoli. A sua prevalência é baixa em países desenvolvidos e está descrita uma maior incidência em homossexuais e em pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH). A pertinência deste caso deve-se ao diagnóstico desta patologia numa doente imunocompetente e o seu correto tratamento.
Descrição do caso: Sexo feminino, 63 anos, reformada. Antecedentes: excesso de peso, hipertensão arterial, dislipidemia, insuficiência mitral e tricúspide ligeiras. Recorre à consulta por diarreia aquosa com um mês de evolução. Associadamente refere ingestão de água de um poço. Nega dor abdominal, náuseas, vómitos, perda de peso, melenas ou hematoquézias. Neste contexto foi pedida colonoscopia, que demonstrou colite segmentar inespecífica de provável etiologia infeciosa. As biópsias revelaram alterações inflamatórias ligeiras e inespecíficas e, em alguns fragmentos, colonização da superfície epitelial por bactérias com morfologia típica de EI. Devido a estes achados realizou estudo analítico, incluindo avaliação serológica para o VIH e sífilis, que foram negativos. Iniciou tratamento com claritromicina e metronidazol, com resolução dos sintomas.
Comentário: Este caso clínico pretende alertar para a existência de uma patologia pouco comum nos cuidados de saúde primários, nomeadamente em imunocompetentes. É importante que o médico de família conheça e esteja sensibilizado para as diferentes etiologias da diarreia crónica para um correto e atempado diagnóstico e tratamento.
Descargas
Referencias
Guzman Rojas P, Catania J, Parikh J, Phung TC, Speth G. Intestinal spirochetosis in an immunocompetent patient. Cureus. 2018;10(3):e2328.
Ngwa T, Peng JL, Choi E, Tayarachakul S, Liangpunsakul S. Colonic spirochetosis in a 60-year-old immunocompetent patient: case report and review. J Investig Med High Impact Case Rep. 2016;4(3):2324709616662671.
Surawicz CM, Roberts PL, Rompalo A, Quinn TC, Holmes KK, Stamm WE. Intestinal spirochetosis in homosexual men. Am J Med. 1987;82(3 Spec No):587-92.
Kostman JR, Patel M, Catalano E, Camacho J, Hoffpauir J, DiNubile MJ. Invasive colitis and hepatitis due to previously uncharacterized spirochetes in patients with advanced human immunodeficiency virus infection. Clin Infect Dis. 1995;21(5):1159-65.
Garcia-Hernandez D, Vall-Mayans M, Coll-Estrada S, Naranjo-Hans L, Armengol P, Alberny Iglesias M, et al. Human intestinal spirochetosis, a sexually transmissible infection? Review of six cases from two sexually transmitted infection centres in Barcelona. Int J STD AIDS. 2021;32(1):52-8.
Tsinganou E, Gebbers JO. Human intestinal spirochetosis: a review. Ger Med Sci. 2010;8:Doc01.
Lozano C, Arellano L, Yaquich P. Espiroquetosis intestinal humana: serie clínica y revisión de la literatura [Human intestinal spirochetosis: clinical series and literature review]. Rev Chilena Infectol. 2012;29(4):449-52. Spanish
Henrik-Nielsen R, Lundbeck FA, Teglbjaerg PS, Ginnerup P, Hovind-Hougen K. Intestinal spirochetosis of the vermiform appendix. Gastroenterology. 1985;88(4):971-7.
Gebbers J, Marder H. Human intestinal spirochetosis: unusual findings. Microecol Therap. 1989;18:214-52.
Yang M, Lapham R. Appendiceal spirochetosis. South Med J. 1997;90(1):30-2.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.