Perceção dos médicos de família acerca da abordagem da saúde mental em consulta

Autores/as

  • Ana Rita Pereira Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar. UCSP Sátão, ULS Viseu Dão-Lafões. Sátão, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-4792-1627
  • Anabela Carvalho Docente no Instituto Politécnico de Viseu. Viseu, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-0543-1542
  • Márcia Azevedo Médica Interna em Medicina Geral e Familiar. USF Cândido Figueiredo, ULS Viseu Dão-Lafões. Canas de Santa Maria, Portugal.
  • José Brás Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Cândido Figueiredo, ULS Viseu Dão-Lafões. Canas de Santa Maria, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i5.13943

Palabras clave:

Saúde mental, Médico de família, Cuidados de saúde primários

Resumen

Introdução: As perturbações mentais são uma das principais causas de incapacidade para a atividade laboral em Portugal e de procura de consulta nos cuidados de saúde primários (CSP), encontrando-se muitos destes doentes acompanhados exclusivamente pelo seu médico de família (MF).

Objetivos: Avaliar a formação em saúde mental nos CSP, o grau de importância dada à saúde mental pelos MF e a sua capacidade em abordar a mesma em consulta. 

Método: Estudo observacional, transversal e descritivo. Questionário original online dirigido aos MF, explorando dados socioprofissionais, formação dos MF em saúde mental e abordagem da saúde mental em consulta. O presente estudo teve parecer favorável da Comissão de Ética da ARS Centro. A análise estatística foi realizada com IBM-SPSS®, v. 28.

Resultados: Participaram 449 médicos de família a exercer em distintas regiões do país, sendo 75,3% do sexo feminino e 76% especialistas. Apenas 45% do MF têm formação em saúde mental e a generalidade da amostra considera que há formações com qualidade, mas são escassas. Os inquiridos dão importância à abordagem da saúde mental. Porém, apenas os clínicos com mais experiência e mais formação apresentam maior confiança na sua abordagem. 

Conclusão: No presente estudo verifica-se uma taxa reduzida de MF com formação específica em saúde mental, sendo que, os que a têm, referem maior confiança e apresentam mais conhecimentos na patologia psiquiátrica. Assim, torna-se evidente a necessidade de aumentar a disponibilidade de formações para os MF tendo como meta melhorar a abordagem da saúde mental nos CSP.

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Publicado

2024-11-06

Cómo citar

Perceção dos médicos de família acerca da abordagem da saúde mental em consulta. (2024). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 40(5), 451-60. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i5.13943