Perceção dos médicos de família acerca da abordagem da saúde mental em consulta
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i5.13943Palavras-chave:
Saúde mental, Médico de família, Cuidados de saúde primáriosResumo
Introdução: As perturbações mentais são uma das principais causas de incapacidade para a atividade laboral em Portugal e de procura de consulta nos cuidados de saúde primários (CSP), encontrando-se muitos destes doentes acompanhados exclusivamente pelo seu médico de família (MF).
Objetivos: Avaliar a formação em saúde mental nos CSP, o grau de importância dada à saúde mental pelos MF e a sua capacidade em abordar a mesma em consulta.
Método: Estudo observacional, transversal e descritivo. Questionário original online dirigido aos MF, explorando dados socioprofissionais, formação dos MF em saúde mental e abordagem da saúde mental em consulta. O presente estudo teve parecer favorável da Comissão de Ética da ARS Centro. A análise estatística foi realizada com IBM-SPSS®, v. 28.
Resultados: Participaram 449 médicos de família a exercer em distintas regiões do país, sendo 75,3% do sexo feminino e 76% especialistas. Apenas 45% do MF têm formação em saúde mental e a generalidade da amostra considera que há formações com qualidade, mas são escassas. Os inquiridos dão importância à abordagem da saúde mental. Porém, apenas os clínicos com mais experiência e mais formação apresentam maior confiança na sua abordagem.
Conclusão: No presente estudo verifica-se uma taxa reduzida de MF com formação específica em saúde mental, sendo que, os que a têm, referem maior confiança e apresentam mais conhecimentos na patologia psiquiátrica. Assim, torna-se evidente a necessidade de aumentar a disponibilidade de formações para os MF tendo como meta melhorar a abordagem da saúde mental nos CSP.
Downloads
Referências
1. World Health Organization. Health and well-being [homepage]. Geneva: WHO; 2023. Available from: https://www.who.int/data/gho/data/major-themes/health-and-well-being
2. World Health Organization. Mental health [homepage]. Geneva: WHO; 2023. Available from: https://www.who.int/data/gho/data/themes/theme-details/GHO/mental-health
3. Fernandes L, Basílio N, Figueira S, Nunes JM. Saúde mental em medicina geral familiar: obstáculos e expectativas percecionados pelos médicos de família [Mental health in general family medicine: obstacles and expectations perceived by family physicians]. Ciênc Saúde Colet. 2017;22(3):797-805. Portuguese
4. Silva AI, Nogueira AS, Campos R, Martins S. Saúde mental: obstáculos e expectativas sentidos pelo médico de família [Mental health: obstacles and expectations of family physicians]. Rev Port Med Geral Fam. 2013;29(5):298-304. Portuguese
5. Addington D, Kyle T, Desai S, Wang JL. Facilitators and barriers to implementing quality measurement in primary mental health care: systematic review. Can Fam Physician. 2010;56(12):1322-31.
6. Van Rijswijk E, van Hout H, van de Lisdonk E, Zitman F, van Weel C. Barriers in recognising, diagnosing and managing depressive and anxiety disorders as experienced by family physicians: a focus group study. BMC Fam Pract. 2009;10:52.
7. Barley EA, Murray J, Walters P, Tylee A. Managing depression in primary care: a meta-synthesis of qualitative and quantitative research from the UK to identify barriers and facilitators. BMC Fam Pract. 2011;12:47.
8. Smolders M, Laurant M, Verhaak P, Prins M, van Marwijk H, Penninx B, et al. Which physician and practice characteristics are associated with adherence to evidence-based guidelines for depressive and anxiety disorders? Med Care. 2010;48(3):240-8.
9. Hill MM, Hill A. Investigação por questionário. 2ª ed. Lisboa: Sílabo; 2008. ISBN 9789726182733
10. Streiner DL, Norman GR, Cairney J. Health measurement scales: a practical guide to their development and use. 5th ed. Oxford: Oxford University Press; 2014. ISBN 9780191765452
11. Hodgkinson S, Godoy L, Beers LS, Lewin A. Improving mental health access for low-income children and families in the primary care setting. Pediatrics. 2017;139(1):e20151175.
12. Gureje O, Abdulmalik J, Kola L, Musa E, Yasamy MT, Adebayo K. Integrating mental health into primary care in Nigeria: report of a demonstration project using the mental health gap action programme intervention guide. BMC Health Serv Res. 2015;15:242.
13. Ayano G, Assefa D, Haile K, Chaka A, Haile K, Solomon M, et al. Mental health training for primary health care workers and implication for success of integration of mental health into primary care: evaluation of effect on knowledge, attitude and practices (KAP). Int J Ment Health Syst. 2017;11:63.
14. Ordem dos Psicólogos Portugueses. O impacto da saúde mental na saúde física: custos económicos e intervenções psicológicas custo-efetivas [homepage]. Lisboa: OPP; 2023. Available from: https://recursos.ordemdospsicologos.pt/repositorio/estudo/o-impacto-da-saude-mental-na-saude-fisica-custos-economicos-e-intervencoes-psicologicas-custo-efectivas
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Os autores concedem à RPMGF o direito exclusivo de publicar e distribuir em suporte físico, electrónico, por meio de radiodifusão ou em outros suportes que venham a existir o conteúdo do manuscrito identificado nesta declaração. Concedem ainda à RPMGF o direito a utilizar e explorar o presente manuscrito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar o seu conteúdo. Esta autorização é permanente e vigora a partir do momento em que o manuscrito é submetido, tem a duração máxima permitida pela legislação portuguesa ou internacional aplicável e é de âmbito mundial. Os autores declaram ainda que esta cedência é feita a título gratuito. Caso a RPMGF comunique aos autores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a cedência exclusiva de direitos cessa de imediato.
Os autores autorizam a RPMGF (ou uma entidade por esta designada) a actuar em seu nome quando esta considerar que existe violação dos direitos de autor.