Perspectiva médica sobre taxa de alcoolemia de 0,2mg/ml

Autores/as

  • Rui Tato Marinho Assistente Hospitalar Graduado, Consultor em Gastrenterologia Assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa - Serviço de Medicina 2 (Director: Professor Miguel Carneiro de Moura) Hospital de Santa Maria, Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v17i6.9859

Palabras clave:

Adolescentes, Acidentes de Viação, Mortalidade, Saúde Pública, Alcoolemia, Alcoolismo

Resumen

Os acidentes de viação constituem na Europa um importante problema de saúde pública, tendo sido responsáveis em 1998 por cerca de 43.000 mortos. Em Portugal, são a principal causa de morte no grupo etário dos 1-25 anos. Somos o país da União Europeia (UE) com a taxa mais elevada de mortalidade rodoviária. Esta ocorrência é um dos aspectos mais negativos no que concerne a situação de saúde portuguesa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No grupo dos 15-34 anos, nos últimos 10 anos (1990-1999), faleceram 10.614 jovens por acidentes de viação, sendo estes responsáveis por ~33% do total de mortos. Na União Europeia 25-30% dos condutores mortos têm taxas de álcool no sangue (TAS) excessivas, enquanto esse número em Portugal ronda os 40%. O combate à condução sob a influência do álcool é considerado pela UE como uma prioridade-chave da segurança rodoviária. As estimativas da UE apontam para que, pelo menos 10.000 vidas poderiam ser poupadas caso fosse eliminada a condução sob o efeito do álcool. Com este enquadramento e no interesse de uma maior segurança rodoviária, a Comissão das Comunidades Europeias recomenda que se caminhe para a imposição de limites de TAS abaixo dos 0,5 mg/ml, posição esta que é igualmente partilhada pela OMS. Investigações recentes têm demonstrado que, mesmo baixas concentrações de álcool no sangue, prejudicam as capacidades do condutor, aumentando o risco de acidentes. A conclusão de diversos trabalhos científicos mostrou que a partir de 0,1-0,2 mg/ml começa já a verificar-se deterioração da condução e o risco de acidente mortal duplica de 0,2 para 0,5 mg/ml. Nos Estados Unidos da América (EUA), as leis que fixam o limite de TAS máximo admissível para condutores com menos de 21 anos em 0,0 ou 0,2 mg/ml estão associadas ao declínio de 17-23% na mortalidade rodoviária; na Suécia a redução foi de 8% após diminuição da TAS permitida de 0,5 mg/ml para 0,2 mg/ml. Neste sentido, 23 países europeus, além dos EUA, Japão, Austrália, adoptaram legislação, pelo menos para alguns grupos populacionais, e que a taxa máxima de álcool no sangue permitida para a condução é inferior a 0,5 mg/ml.

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Publicado

2001-11-01

Cómo citar

Perspectiva médica sobre taxa de alcoolemia de 0,2mg/ml. (2001). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 17(6), 471-85. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v17i6.9859

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