Esquizofrenia: papel-chave do Médico de Família e recurso ao internamento em regime compulsivo

Autores

  • José Eduardo Mendes Médico Interno de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego, ACES Baixo Mondego
  • Ana Vaz Ferreira Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego, ACES Baixo Mondego
  • Sofia Morais Médica Interna de Psiquiatria, Serviço de Psiquiatria, CHUC. Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra
  • Carolina Gil Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar, USF Mondego, ACES Baixo Mondego

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i5.11587

Palavras-chave:

Esquizofrenia, Internamento Compulsivo de Pessoa com Doença Mental

Resumo

Introdução: A esquizofrenia é uma síndroma psiquiátrica caracterizada por alterações cognitivas, comportamentais e emocionais associadas a uma marcada disfunção social. Os doentes com esta patologia não apresentam crítica face à própria doença, o que muitas vezes conduz à falta de adesão à terapêutica, condicionando descompensação e agravamento do quadro clínico. O internamento em regime compulsivo é uma ferramenta de último recurso para estas situações. Devido à dificuldade de avaliação destes doentes, muitas vezes só através de um acompanhamento de proximidade conseguido pelo médico de família é possível determinar as reais consequências da doença e desta forma permitir o início do tratamento psiquiátrico mais rápido. Descrição do caso: Mulher de 48 anos, divorciada, desempregada, constituindo uma família unitária, com diagnóstico de esquizofrenia desde os 30 anos de idade, que recorre à consulta da sua médica de família por queixas de descompensação do quadro psiquiátrico, com ideação delirante persecutória e interpretações delirantes. Ao longo de quatro meses recorre várias vezes à consulta da sua médica de família pelos mesmos motivos, verificando-se uma deterioração progressiva do seu funcionamento global, tendo a situação evoluído até um estado de agressividade com perigo iminente para si e para os outros. Como mantinha a recusa para se submeter ao necessário tratamento médico, foi contactada a autoridade de saúde para se proceder ao internamento em regime compulsivo. Comentário: A esquizofrenia é uma doença altamente incapacitante. Quando não controlada leva inevitavelmente a agudizações do estado clínico que são difíceis de gerir. A lei portuguesa contempla estes casos e prevê o recurso ao internamento em regime compulsivo. O médico de família tem vários recursos de saúde ao seu dispor e um conhecimento privilegiado do doente e do meio familiar que podem ser usados na gestão eficaz da deterioração psiquiátrica.

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Publicado

01-09-2015

Como Citar

Esquizofrenia: papel-chave do Médico de Família e recurso ao internamento em regime compulsivo. (2015). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 31(5), 341-5. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i5.11587