Perturbações da comunicação, linguagem e fala na medicina geral e familiar
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i1.13414Palavras-chave:
Comunicação, Linguagem, Fala, Desenvolvimento, Perturbações, Medicina geral e familiarResumo
Introdução: As perturbações da comunicação, linguagem e fala (PCLF) condicionam alterações no neuro-desenvolvimento infantil. O desenvolvimento comunicativo deve ser avaliado desde cedo para detetar precocemente alterações, onde a continuidade de cuidados do médico de família tem um papel preponderante. O objetivo deste trabalho foram avaliar o impacto de uma formação em PCLF.
Métodos: Estudo de intervenção longitudinal, com avaliação antes e depois de uma formação envolvendo médicos de família. Aplicou-se um questionário antes da formação para avaliar os conhecimentos sobre comunicação, linguagem e fala e caracterizar a opinião dos participantes sobre as suas capacidades. Após a formação baseada em casos clínicos foram reavaliados os conhecimentos pelo mesmo questionário. A análise estatística descritiva realizou-se através do cálculo de médias, desvios-padrão, frequência e percentagens. A evolução da proporção de respostas corretas avaliou-se pelo teste McNemar, considerando o nível de significância de 0,05.
Resultados: Participaram 68 médicos de família, todos do sexo feminino, 69,1% com ≤35 anos e 50% a frequentar o internato. Verificou-se uma melhoria de conhecimentos na generalidade dos parâmetros de avaliação, sobretudo na hiperatividade e comportamento, onde a avaliação inicial era menos positiva. A satisfação inicial com os conhecimentos e capacidades era baixa, variando entre 1,88 e 2,65 num máximo de 5, apesar de 90,9% referirem elevado interesse nesta área.
Conclusão: A formação teve impacto globalmente positivo, parecendo ser útil para os médicos de família, que se mostraram pouco satisfeitos com as suas capacidades e competências prévias, concluindo pela relevância do investimento em formação nesta área.
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