Gestão de crise em pandemia: trabalho de melhoria de qualidade na abordagem a novos infetados na Trace COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i1.13486Palavras-chave:
COVID-19, SARS-CoV-2, Trace COVID-19, Cuidados de saúde primários, PandemiaResumo
Introdução: Desde o início da pandemia por COVID-19, os médicos de cuidados de saúde primários têm sido responsáveis por seguir pessoas suspeitas ou infetadas com o vírus SARS-CoV-2 através da plataforma digital Trace COVID-19®. No final de janeiro/2021, durante a terceira vaga desta pandemia, os recursos humanos numa Unidade de Saúde Familiar (USF) tornaram-se insuficientes para o número de casos em seguimento na Trace COVID-19®. Começou a verificar-se um atraso superior a dois dias na realização do primeiro contacto médico a novos indivíduos infetados.
Métodos: Estudo quasi-experimental, pré e pós-intervenção, sem grupo controlo, realizado numa USF. A avaliação inicial decorreu na primeira semana de fevereiro. Foram calculados a taxa de execução e o total de horas até um primeiro contacto médico. Definiram-se dois períodos de avaliação pós-intervenção, imediato e tardio, na segunda e quarta semanas de fevereiro, respetivamente. O outcome primário foi a taxa de novos infetados contactados em menos de 24 horas após introdução na Trace COVID-19®. Padrão de qualidade: Insuficiente < 50%; Bom 50-80%; Muito bom > 80%. Para análise dos dados utilizou-se o programa Microsoft Excel®.
Resultados: Na avaliação inicial verificou-se um total de 148 novos casos. Destes, apenas 12,8% foram contactados nas primeiras 24 horas após o resultado positivo. No período pós-intervenção imediato houve 82 novos infetados, dos quais 85,7% foram contactados em menos de 24 horas. No período pós-intervenção tardio, todos os novos infetados foram contactados no próprio dia, correspondendo a 100% na eficácia da realização do primeiro contacto em menos de 24 horas.
Conclusão: A implementação do protocolo permitiu melhorar o trabalho da equipa médica e atingir a meta definida. A definição clara de prioridades e implementação de pequenas medidas permite aumentar a eficácia no trabalho e melhorar os resultados em saúde.
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Referências
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