Cessação tabágica: Um salto deacrobática

Autores

  • José Agostinho Santos Interno de Medicina Geral e Familiar. USF Lagoa, Unidade Local de Saúde de Matosinhos.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i5.10970

Palavras-chave:

Cessação Tabágica, Avaliação Familiar, Aconselhamento

Resumo

Introdução: A cessação tabágica é como um salto de acrobática. O médico de família tem a oportunidade de criar a pista atapetada (consulta após consulta), fornecer o trampolim (terapêutica) e, posteriormente, assistir ao salto daquele atleta (fumador) sobre a barra (dependência). Descrição do caso: Lia, 46 anos, com história de tabagismo (20 cigarros/dia). Em Fev/2010, vem à consulta de cessação tabágica. Está motivada e com Fagerström = 5 pontos. É cuidadora da mãe, doente com adenocarcinoma pulmonar, e indica o exemplo da mãe como a forte razão para cessação. Iniciou vareniclina. Perante as falhas sucessivas, marca-se uma consulta de avaliação familiar. Revela ter sido abandonada pela mãe aos 6 anos e que "sinto uma enorme culpa: não tenho compaixão pelo seu sofrimento". Realiza-se uma psicoterapia breve. Lia deixa de fumar 2 meses depois. Comentário: O caso revela o potencial diagnóstico e terapêutico de uma avaliação familiar. Consecutivas falhas fizeram suspeitar de algo naquela pista que impedia Lia de ganhar balanço. O desenrolar daquela vida criou uma pista comunicacional ansiolítica entre Lia e o seu médico. A avaliação permitiu detectar uma perturbação ansiosa latente, que dificultava o cumprimento do objectivo (o salto sobre a barra).

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Publicado

2012-09-01

Como Citar

Santos, J. A. (2012). Cessação tabágica: Um salto deacrobática. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 28(5), 358–66. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i5.10970

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