Anti-histamínicos no resfriado comum: Uma prescrição igualmente comum
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i1.10916Palavras-chave:
Anti-histamínicos, Resfriado ComumResumo
Objectivos: A literatura salienta a popularidade, entre a comunidade médica, da abordagem terapêutica com anti-histamínicos para o resfriado comum. O objectivo deste trabalho consiste em rever a evidência sobre a efectividade e a segurança dos anti-histamínicos em monoterapia no resfriado comum em pacientes pediátricos e adultos. Fontes de dados: Medline, sítios de medicina baseada na evidência, Índex de Revistas Médicas Portuguesas e referências bibliográficas dos artigos seleccionados. Métodos de revisão: Pesquisa de normas de orientação clínica (NOC), revisões sistemáticas e ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC), publicados entre Janeiro/1980 e Outubro/2010, utilizando os termos MeSH: antihistamines e common cold. Foi utilizada a escala Strength Of Recommendation Taxonomy (SORT) para atribuição dos níveis de evidência e forças de recomendação. Resultados: Foram encontrados 70 artigos, dos quais sete foram seleccionados: duas NOC para abordagem do resfriado comum que não incluem anti-histamínicos em monoterapia como opção terapêutica; uma meta-análise da Cochrane que não encontrou benefício clínico com o uso de anti-histamínicos em monoterapia e que sugere um risco acrescido de efeitos sedativos com os de 1.a geração. Os autores recomendam a descontinuação da prescrição destes fármacos no resfriado comum (nível de evidência 1); quatro ECAC de boa qualidade nos quais se verificou que a terapêutica com diferentes anti-histamínicos foi tão eficaz quanto o placebo na redução da tosse aguda e, em três dos quais não se apresentaram diferenças significativas nos efeitos laterais (nível de evidência 1). Conclusões: A evidência disponível indica que o uso de anti-histamínicos em monoterapia na terapêutica sintomática do resfriado comum não é efectivo em crianças e adultos (SOR A). Diversos estudos sugerem um risco acrescido de efeitos sedativos com esta terapêutica (SOR B). Esta sedação é frequentemente confundida com uma prostração que sugeriria um agravamento do quadro, algo a acrescentar a um custo desnecessário associado a esta prescrição que apenas é evidentemente comum.Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Os autores concedem à RPMGF o direito exclusivo de publicar e distribuir em suporte físico, electrónico, por meio de radiodifusão ou em outros suportes que venham a existir o conteúdo do manuscrito identificado nesta declaração. Concedem ainda à RPMGF o direito a utilizar e explorar o presente manuscrito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar o seu conteúdo. Esta autorização é permanente e vigora a partir do momento em que o manuscrito é submetido, tem a duração máxima permitida pela legislação portuguesa ou internacional aplicável e é de âmbito mundial. Os autores declaram ainda que esta cedência é feita a título gratuito. Caso a RPMGF comunique aos autores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a cedência exclusiva de direitos cessa de imediato.
Os autores autorizam a RPMGF (ou uma entidade por esta designada) a actuar em seu nome quando esta considerar que existe violação dos direitos de autor.