Quando a alteração do padrão de marcha revela uma patologia cervical: o desafio do diagnóstico
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i1.12386Resumo
Introdução: A doença degenerativa cervical é uma condição relacionada com a idade, apresentando sinais e/ou sintomas numa minoria dos casos. Este relato de caso tem como objetivo alertar para a importância em reconhecer a Mielopatia Espondilótica Cervical como um diagnóstico diferencial perante quadros arrastados de diminuição progressiva da força muscular dos membros inferiores e alterações do padrão da marcha.
Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 64 anos, observado em consulta programada por um quadro de alteração do padrão habitual da marcha com cerca de 3 anos de evolução. Ao exame físico, apresentava marcha de base alargada e sinais compatíveis com atingimento do neurónio motor superior: paraparésia espástica com hiperreflexia dos membros inferiores e sinal de Babinski positivo bilateralmente. Do estudo efetuado, destacou-se a presença de alterações degenerativas espondilodiscais da coluna cervical com compromisso medular, evidenciando a presença de um quadro de Mielopatia Espondilótica Cervical. Submetido a laminectomia descompressiva cervical, encontra-se atualmente inserido em programa de reabilitação fisiátrica com recuperação praticamente total do seu padrão de marcha.
Comentário: A Mielopatia Espondilótica Cervical é a condição clínica que representa a principal causa de mielopatia nos adultos. Poderá representar um desafio diagnóstico, quer pela ausência de achados específicos quer pelo elevado número de diagnósticos diferenciais. A sua suspeita aumenta na presença de alterações progressivas da marcha associado a queixas sensoriais ou motoras nos membros superiores em indivíduos com mais de 55 anos.
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