Gestão terapêutica dos episódios de dor aguda autolimitada em utentes de um Centro de Saúde

Autores

  • Sílvia Batista Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Inês Cordeiro Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Nuno Florêncio Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Duarte Rebelo Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Flávio Simões Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Maria Inês Taborda Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
  • Joana Teixeira Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v24i4.10526

Palavras-chave:

Epidemiologia da dor, Frequência, Dor Aguda, Automedicação

Resumo

Introdução: O tratamento da dor é uma competência do médico mas também dos indivíduos. A automedicação informada é benéfica para a população e para o Sistema de Saúde, mas incorrecções são frequentes, aumentando o risco de efeitos adversos. Objectivos: Caracterizar, na amostra em estudo, os episódios autolimitados de dor aguda e a gestão terapêutica dos mesmos. Estudar os casos de automedicação em termos de frequência e relação com factores sócio-demográficos. Métodos: O estudo transversal foi realizado usando uma amostra de 352 utentes do Centro de Saúde do Cacém (extensão Olival) com recurso a questionário por entrevista pessoal acerca de dor aguda autolimitada nos 30 dias anteriores e sua gestão terapêutica. Resultados: contabilizaram-se 89 episódios de dor aguda autolimitada (25,3%), maioritariamente mulheres. Os episódios mais frequentes foram cefaleias (48,3%), mialgias e cefaleias relacionadas com síndrome gripal (10,1%) e raquialgias (7,9%). Dos 89 utentes que referiram ter tido um episódio de dor agudo autolimitado nos 30 dias antecedentes ao questionário, 63,0% recorreram unicamente a terapêutica farmacológica, com 12,4% recorrendo também a terapêutica não farmacológica. Paracetamol (50,7%) e AINEs (31,3%) foram os fármacos mais utilizados. A automedicação foi muito frequente (46,5%) e ocorreu principalmente em mulheres e em idades inferiores a 45 anos, associando-se a doses sub-terapêuticas, com base igualmente em indicação médica anterior ou em auto-decisão. Discussão: Verificou-se que há associações significativas entre a automedicação e alguns factores sócio demográficos e que aquela interfere com a posologia adequada. Também se observou que a autodecisão é muito importante dentro da automedicação, sugerindo-se que os utentes devam ser mais bem esclarecidos sobre as propriedades dos fármacos.

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Publicado

01-07-2008

Edição

Secção

Investigação Original

Como Citar

Gestão terapêutica dos episódios de dor aguda autolimitada em utentes de um Centro de Saúde. (2008). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 24(4), 463-71. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v24i4.10526

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