Consultas informais: relato de caso de uma jovem médica como paciente

Authors

  • Sara Carlos Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Sé, Unidade Local de Saúde do Nordeste. Bragança, Portugal. https://orcid.org/0000-0001-9311-053X
  • Joana Gomes da Silva Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Mirandela II, Unidade Local de Saúde do Nordeste. Mirandela, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-0257-3593
  • Pedro Morgado Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Medicine, University of Minho. Braga, Portugal | ICVS/3B’s, PT Government Associate Laboratory. Braga/Guimarães, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-3880-3258

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13393

Keywords:

Consulta de corredor, Consulta informal, Comunicação, Médicos, Relato de caso

Abstract

Introdução: As consultas informais são atos médicos caracterizados pela autorreferenciação a um médico, sem registo clínico ou seguimento adequado. Apesar de controversa, esta prática assume-se como parte integrante da cultura médica. Este caso clínico mostra a importância de compreender as consequências das consultas informais e as vantagens de uma atitude preventiva em relação à saúde do próprio.

Descrição do caso: Profissional de saúde do sexo feminino, de 28 anos, com lombalgia com dois meses de evolução recorre a uma consulta informal, na qual foram discutidos um diagnóstico presuntivo e um plano de tratamento a ser implementado. Devido ao agravamento sintomatológico recorreu a uma consulta formal de ortotraumatologia, na qual se estabeleceu um diagnóstico definitivo de hérnia lombar e foi discutido e implementado um plano de tratamento de forma partilhada, que teve bons resultados.

Comentário: Este caso revela a complexidade da relação clínica e contexto psicossocial das consultas informais. Os profissionais de saúde estão particularmente suscetíveis à trivialização dos sinais e sintomas, recorrendo a consultas informais para uma rápida resolução da condição clínica, de forma a conseguirem manter-se a trabalhar, mas sem aprofundar a etiologia e causa do problema.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Peleg A, Peleg R, Porath A, Horowitz Y. Hallway medicine: prevalence, characteristics and attitudes of hospital physicians. Isr Med Assoc J. 1999;1(4):241-4.

Levy MA, Arnold RM, Kapoor WN, Fine MJ. Professional courtesy: current practices and attitudes – Reply. N Engl J Med. 1994;330(15):1086.

Rawnsley K. Physician, don’t heal thyself: let someone else try! Practitioner. 1989;233(1471):891.

Stoudemire A, Rhoads JM. When the doctor needs a doctor: special considerations for the physician-patient. Ann Intern Med. 1983;98(5 Pt 1):654-9.

Kay M, Mitchell G, Clavarino A, Doust J. Doctors as patients: a systematic review of doctors’ health access and the barriers they experience. Br J Gen Pract. 2008;58(552):501-8.

Cardoso RM, editor. Competências clínicas de comunicação. Porto: Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2012. ISBN 978-989-97953-0-3

Forsythe M, Calnan M, Wall B. Doctors as patients: postal survey examining consultants and general practitioners adherence to guidelines. BMJ. 1999;319(7210):605-8.

Thompson WT, Cupples ME, Sibbett CH, Skan DI, Bradley T. Challenge of culture, conscience, and contract to general practitioners’ care of their own health: qualitative study. BMJ. 2001;323(7315):728-31.

Kübler-Ross E, Kessler D. The five stages of grief. In: Kübler-Ross E, Kessler D, editors. On grief and grieving: finding the meaning of grief through the five stages of loss. Scribner; 2009. p. 7-30.

Bennadi D. Self-medication: a current challenge. J Basic Clin Pharm. 2013;5(1):19-23.

Keating NL, Zaslavsky AM, Ayanian JZ. Physicians’ experiences and beliefs regarding informal consultation. JAMA. 1998;280(10):900-4.

Kuo D, Gifford DR, Stein MD. Curbside consultation practices and attitudes among primary care physicians and medical subspecialists. JAMA. 1998;280(10):905-9.

Davidson SK, Schattner PL. Doctors’ health-seeking behaviour: a questionnaire survey. Med J Aust. 2003;179(6):302-5.

Rosvold EO, Bjertness E. Illness behaviour among Norwegian physicians. Scand J Public Health. 2002;30(2):125-32.

Amran MM, Kopit AB, Kranc HA, Peleg R. The prevalence, reasons and attitudes for the practice of informal medicine. BMC Fam Pract. 2021;22(1):30.

Kasnakoğlu BT, Pak H. Role expectations from doctors and effects on nonmedical outcomes. J Eval Clin Pract. 2020;26(3):903-10.

Uallachain GN. Attitudes towards self-health care: a survey of GP trainees. Ir Med J. 2007;100(6):489-91.

Chambers R, Belcher J. Self-reported health care over the past 10 years: a survey of general practitioners. Br J Gen Pract. 1992;42(357):153-6.

Christie JD, Rosen IM, Bellini LM, Inglesby TV, Lindsay J, Alper A, et al. Prescription drug use and self-prescription among resident physicians. JAMA. 1998;280(14):1253-5.

Campbell S, Delva D. Physician do not heal thyself: survey of personal health practices among medical residents. Can Fam Physician. 2003;49:1121-7.

Published

2023-11-02

How to Cite

Consultas informais: relato de caso de uma jovem médica como paciente. (2023). Portuguese Journal of Family Medicine and General Practice, 39(5), 428-33. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13393