Motivos de consulta em medicina geral e familiar: tendência evolutiva na última década na região Centro de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i4.13148Palabras clave:
Motivos de consulta, ICPC-2, Cuidados de saúde primários, Medicina geral e familiarResumen
Objetivo: Analisar os motivos de consulta classificados segundo capítulos da International Classification for Primary Care – 2 (ICPC-2) pelos médicos de família na região Centro de Portugal, entre 2010 e 2018.
Métodos: Estudo transversal observacional dos motivos de consulta classificados pelos médicos de família de três Agrupamentos de Centros de Saúde da área da Administração Regional de Saúde do Centro, selecionados aleatoriamente, para os anos de 2010, 2012, 2014, 2016 e 2018. Obtiveram-se dados anonimizados organizados por sexo, ano, número total de consultas, número de consultas com classificação ICPC-2 do motivo de consulta e capítulos ICPC-2 registados, calculando-se as dinâmicas e crescimento.
Resultados: Em 12.569.898 consultas realizadas verificou-se proporção de 5,3% de consultas com motivo de consulta classificado. Os capítulos mais classificados em todos os anos estudados foram, decrescentemente, A (15,4%), L (11,3%), D (10,3%), R (8,4%), S (9,7%) e K (7,9%). Os capítulos menos classificados foram, crescentemente, Z (1,6%), Y (1,7%), B (1,9%), W (2,1%), H (2,9%) e N (3,7%). O capítulo Z teve a maior dinâmica de crescimento de 2010 para 2018 (∆=+1,15).
Discussão: Numa década de problemas socioeconómicos, os motivos de consulta registados pela ICPC-2 mantiveram-se constantes. A atividade de classificação de motivos de procura de consulta, mesmo com problemas de qualidade e volume de realização, pode ajudar na qualidade e resultado da consulta, sendo semelhantes aos já conhecidos na literatura.
Conclusão: Verificou-se classificação ICPC-2 de motivos de consulta pelos médicos de família em 5,3% das consultas, sendo os capítulos invariáveis ao longo do tempo. O capítulo Z registou a maior dinâmica de crescimento no volume de classificação.
Descargas
Referencias
World Health Organization, United Nations Children’s Fund. A vision for primary health care in the 21st century: towards universal health coverage and the Sustainable Development Goals [homepage]. Geneva: World Health Organization; 2018. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/328065
Allen J, Gay B, Crebolder H, Heyrman J, Svab I, Ram P, et al. A definição europeia de medicina geral e familiar (clínica geral/medicina familiar) [The European definition of family medicine (general practice/family medicine)]. Rev Port Clin Geral. 2005;21(5):511-6. Portuguese
Santos I, Ramos V, Envia G, Bettencourt AL, Ornelas M, Spencer E, et al. Perfil de competências do especialista em medicina geral e familiar [homepage]. Lisboa: Ordem dos Médicos; 2019. Available from: https://ordemdosmedicos.pt/perfil-de-competencias-do-especialista-em-medicina-geral-e-familiar/
olde Hartman TC, van Ravesteijn H, Lucassen P, van Boven K, van Weel-Baumgarten E, van Weel C. Why the ‘reason for encounter’ should be incorporated in the analysis of outcome of care. Br J Gen Pract. 2011;61(593):e839-41.
Bentzen N, Bridges-Webb C. An international glossary for general/family practice. Fam Pract. 1995;12(3):267.
Stewart M, Brown JB, Weston WW, McWhinney IR, McWilliam CL, Freeman TR. Patient-centered medicine: transforming the clinical method. 3rd ed. CRC Press; 2017. ISBN 9781138447271
Granja M. Os registos dos médicos de família estão em perigo [Family practice records are in danger]. Rev Port Med Geral Fam. 2018;34(1):33-9. Portuguese
Granja M, Outeirinho C. Registo médico orientado por problemas em medicina geral e familiar: atualização necessária [Problem-oriented medical record in family practice: a necessary update]. Rev Port Med Geral Fam. 2018;34(1):40-4. Portuguese
Weed LL. Medical records that guide and teach. N Engl J Med. 1968;278(11):593-600.
Pinto D. Classificar motivos de consulta e procedimentos com a ICPC na prática clínica? [Classifying reasons for encounter and procedures with ICPC in clinical practice?]. Rev Port Clin Geral. 2012;28(4):247-8. Portuguese
Granja M. Impressos para motivos de consulta e acções de formação médica sobre identificação de motivos de consulta: serão eficazes? [Teaching about the reasons for consultation: is it effective?]. Rev Port Clin Geral. 2006;22(5):653-4. Portuguese
Rodrigues JG. Porque consultam os utentes o seu médico de família? [Why do patients consult their family doctor?]. Rev Port Clin Geral. 2000;16(6):442-52. Portuguese
Barreiro D, Santiago LM. Motivos de consulta em medicina geral e familiar no distrito de Coimbra no ano de 2010 [Reasons for clinical encounter in general practice/family medicine in 2010 in Central Portugal]. Rev Port Med Geral Fam. 2013;29(4):236-43. Portuguese
Magalhães AR, Penetra J, Pereira C, Carvalho R, Neto MG, Santiago LM. Caracterização do perfil dos grandes utilizadores de uma Unidade de Saúde Familiar [Profile of the frequent attenders at a Family Health Unit]. Rev ADSO. 2016;4(6):15-21. Portuguese
Santiago LM, Reis AF, Botas PC, Pereira CD. Medicina centrada no paciente e capacitação do consulente medicina geral e familiar [Patient-centered medicine and enablement in the general practice/family medicine setting]. Rev ADSO. 2015;3(5):19-32. Portuguese
WONCA. Classificação Internacional dos Cuidados de Saúde Primários, 2ª edição, ICPC-2E V4.4 PT [Internet]. Lisboa: Administração Central do Sistema de Saúde; 2016. Available from: http://www.acss.min-saude.pt/wp-content/uploads/2016/07/1_ICPC_2_4_4_VF.pdf
Pinto D, Corte-Real S. Codificação com a Classificação Internacional de Cuidados Primários (ICPC) por internos de medicina geral e familiar [International Classification for Primary Care (ICPC) coding by family medicine trainees]. Rev Port Clin Geral. 2010;26(4):370-82. Portuguese
Soler JK, Okkes I, Oskam S, van Boven K, Zivotic P, Jevtic M, et al. An international comparative family medicine study of the Transition Project data from the Netherlands, Malta and Serbia: is family medicine an international discipline? Comparing incidence and prevalence rates of reasons for encounter and diagnostic titles of episodes of care across populations. Fam Pract. 2012;29(3):283-98.
Chueiri PS, Gonçalves MR, Hauser L, Wollmann L, Mengue SS, Roman R, et al. Reasons for encounter in primary health care in Brazil. Fam Pract. 2020;37(5):648-54.
Moth G, Olesen F, Vedsted P. Reasons for encounter and disease patterns in Danish primary care: changes over 16 years. Scand J Prim Health Care. 2012;30(2):70-5.
Aboulghate A, Abel G, Lyratzopoulos G, Abdelmohsen A, Hamed AR, Roland M. Patterns of disease presentation and management in Egyptian primary care: findings from a survey of 2458 primary care patient consultations. BMC Fam Pract. 2013;14:161.
Rahman SM, Angeline RP, Cynthia S, David K, Christopher P, Sankarapandian V, et al. International Classification of Primary Care: an Indian experience. J Fam Med Prim Care. 2014;3(4):362-7.
Tandjung R, Hanhart A, Bärtschi F, Keller R, Steinhauer A, Rosemann T, et al. Referral rates in Swiss primary care with a special emphasis on reasons for encounter. Swiss Med Wkly. 2015;145:w14244.
Santiago LM. Contributo para a melhoria dos registos em consulta. Rev Ordem Médicos. 2015;31(161):60-2.
Pinto D. O que classificar nos registos clínicos com a Classificação Internacional de Cuidados Primários? [What should we code in health records with the International Classification of Primary Care?]. Rev Port Clin Geral. 2014;30(5):328-34. Portuguese
Coelho IL, Sousa-Uva M, Pina N, Marques S, Matias-Dias C, Rodrigues AP. Crise económica em Portugal: evolução da incidência de depressão e correlação com o desemprego {Economic crisis in Portugal: trajectory of the incidence of depression and correlation with unemployment]. Acta Med Port. 2021;34(4):278-82. Portuguese
Teixeira V, Macedo AM, Borges C, Carrapa S, China S, Cunha R. O impacto do nível socioeconómico na acessibilidade aos cuidados de saúde primários: estudo em quatro unidades de saúde do Norte de Portugal [Socioeconomic status and access to primary health care: a cross-sectional study in four health units in Northern Portugal]. Rev Port Med Geral Fam. 2016;32(6):376-86. Portuguese
Portaria no 64-C/2016, de 31 de março. Diário da República. Série I;(63 Suppl 3).
Nunes JM, Yaphe J, Santos I. Sintomas somatoformes em medicina de família: um estudo descritivo da incidência e evolução em uma unidade de saúde familiar de Portugal [Somatoform symptoms in family medicine: a descriptive study of incidence and outcome in a family health center in Portugal]. Rev Bras Med Fam Com. 2013;8(28):164-71. Portuguese
Pordata. Taxa de desemprego: total e por sexo (%) [homepage]. Pordata; 2021 [updated 2022 Jul 4]. Available from: https://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+desemprego+total+e+por+sexo+(percentagem)-550
Portaria nº 45/2015, de 20 de fevereiro. Diário da República. Série I;(36).
Portella E, Juncosa S, Carrillo E, Bolibar B. Motivos de consulta y problemas activos: una clave para la comprensión de la información en atención primaria [A reason for encounter and problems: a key for the comprehension of information in primary care]. Gac Sanit. 1992;6(32):216-9. Spanish
Melo M. O uso da ICPC nos registos clínicos em medicina geral e familiar [The use of ICPC in clinical records in general practice]. Rev Port Med Geral Fam. 2012;28(4):245-6. Portuguese
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.