Diabetes mellitus não controlada: inércia vs adesão à terapêutica
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i1.13494Palabras clave:
Diabetes mellitus, Inércia terapêutica, Adesão à terapêuticaResumen
Introdução: Em Portugal, a taxa de não controlo dos pacientes com diabetes é de cerca de 35%. De entre as causas descritas como barreiras ao alcance dos objetivos no controlo dos doentes diabéticos salientam-se a inércia terapêutica e a má adesão à terapêutica.
Objetivos: Calcular a proporção de utentes com diabetes mellitus (DM) não controlada na USF Garcia de Orta e analisar a distribuição dos valores da hemoglobina glicada (HbA1c). Calcular a proporção de má adesão e de inércia terapêutica nos pacientes não controlados e verificar possíveis fatores associados.
Métodos: Estudo analítico transversal. População: pacientes diabéticos inscritos e vigiados na USF Garcia de Orta (N=988). Foi selecionada uma amostra aleatória simples, calculada para significância estatística de 0,05, taxa de controlo esperada de 40% e precisão de 4% (n=375).
Resultados: A amostra ficou constituída por 367 doentes diabéticos com idade média de 70 anos, dos quais 52% eram homens. A proporção de doentes com DM não controlada foi de 38,1% [IC95% (33,3-43,2%)]. Para avaliar a adesão à terapêutica recorreu-se ao estudo deste último subgrupo (n=140). Verificou-se que 19,7% [IC95% (13,0-26,5%)] dos doentes não controlados têm má adesão à terapêutica e que esta está associada a piores valores de HbA1c. Para o estudo da inércia terapêutica foi analisado o subgrupo de doentes com dois valores consecutivos de HbA1c ³7% (n=114). A estimativa pontual da inércia terapêutica foi 39,5% [IC95% (33,5-43,2%)], valor este que é inferior para valores mais elevados de HbA1c. Para além dos valores de HbA1c não se encontrou associação estatisticamente significativa entre a adesão e a inércia terapêutica e as restantes variáveis estudadas.
Conclusão: A má adesão e a inércia terapêutica constituem um obstáculo ao atingimento de taxas de controlo mais elevadas nos doentes com DM.
Descargas
Referencias
Observatório Nacional da Diabetes. Relatório anual da diabetes: factos e números 2019. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Diabetologia; 2020.
Cardoso SM, Rodrigues E, Valadas C, Fonseca C, TEDDI CP investigators. Metabolic control and therapeutic profile of patients with diabetes in Portuguese primary care (TEDDI CP). Prim Care Diabetes. 2015;9(3):172-8.
López-Simarro F, Brotons C, Moral I, Cols-Sagarra C, Selva A, Aguado-Jodar A, et al. Inercia y cumplimiento terapéutico en pacientes con diabetes mellitus tipo 2 en atención primaria [Inertia and treatment compliance in patients with type 2 diabetes in primary care]. Med Clin. 2012;138(9):377-84. Spanish
Davies MJ, D'Alessio DA, Fradkin J, Kernan WN, Mathieu C, Mingrone G, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2018: a consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2018;41(12):2669-701.
López-Simarro F, Moral I, Aguado-Jodar A, Cols-Sagarra C, Mancera-Romero J, Alonso-Fernández M, et al. Impacto de la inercia terapéutica y del grado de adherencia al tratamiento en los objetivos de control en personas con diabetes [The impact of therapeutic inertia and the degree of the medication adherence on the control goals for patients with diabetes]. Semergen. 2018;44(8):579-85. Spanish
Khunti K, Davies MJ. Clinical inertia-time to reappraise the terminology? Prim Care Diabetes. 2017;11(2):105-6.
Majeed A, Rehman M, Hussain I, Imran I, Saleem MU, Saeed H, et al. The impact of treatment adherence on quality of life among type 2 diabetes mellitus patients: findings from a cross-sectional study. Patient Prefer Adherence. 2021;15:475-81.
American Diabetes Association. Glycemic targets: standards of medical care in diabetes—2021. Diabetes Care. 2021;44(Suppl 1):S73-S84.
López-Simarro F, Brotons C, Moral I, Aguado-Jodar A, Cols-Sagarra C, Miravet-Jiménez S. Concordance between two methods in measuring treatment adherence in patients with type 2 diabetes. Patient Prefer Adherence. 2016;10:743-50.
Schmittdiel JA, Uratsu CS, Karter AJ, Heisler M, Subramanian U, Mangione CM, et al. Why don’t diabetes patients achieve recommended risk factor targets? Poor adherence versus lack of treatment intensification. J Gen Intern Med. 2008;23(5):588-94.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.