Inércia terapêutica na osteoporose em mulheres pós-menopáusicas
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i5.13974Palabras clave:
Osteoporose, Inércia terapêutica, Cuidados de saúde primáriosResumen
Introdução: A osteoporose (OP) é a doença óssea metabólica mais frequente, associando-se a fraturas de fragilidade e aumento de morbimortalidade. Apesar do envelhecimento populacional tem-se verificado uma tendência decrescente na implementação de terapêutica antiosteoporótica.
Objetivos: Determinar a inércia terapêutica na OP em mulheres pós-menopáusicas ao nível dos cuidados de saúde primários. Verificar se existe associação entre a idade dos utentes, o T-score e o valor de FRAX e a inércia terapêutica antiosteoporótica.
Métodos: Estudo observacional transversal. Critérios de inclusão: mulheres com idades entre os 55 e os 85 anos codificadas com OP (ICPC2 – L95) ou fraturas (ICPC2 – L72-76) na lista de problemas. Foi selecionada uma amostra aleatória simples. A inércia terapêutica foi definida com base nas recomendações da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.
Resultados: Obteve-se uma amostra de 217 utentes. Apurou-se inércia terapêutica em 17,5% das mulheres, valor que aumenta para 48,6% nas que sofreram fraturas (p<0,001). As idades diferem de forma estatisticamente significativa entre os utentes com e sem inércia terapêutica (77,5 vs 73,0, p<0,010). A mediana do FRAX para fratura osteoporótica major (16,5 vs 9,65, p<0,001) e fratura da anca (7,6 vs 3,3, p<0,001) foi superior no grupo com inércia terapêutica. Os valores de T-score da coluna lombar (2,45 vs 2,71) e do colo do fémur (2,07 vs 2,02) não diferiram de forma estatisticamente significativa (p=0,299).
Conclusão: Este estudo realça a aplicação da evidência mais atual ao nível do tratamento da OP na unidade estudada, mas salienta a necessidade de maior intervenção na OP fraturária e em idades mais avançadas.
Descargas
Referencias
1. Branco JC, Rodrigues AM, Gouveia N, Eusébio M, Ramiro S, Machado PM, et al. Prevalence of rheumatic and musculoskeletal diseases and their impact on health-related quality of life, physical function and mental health in Portugal: results from EpiReumaPt – a national health survey. RMD Open. 2016;2(1):e000166.
2. Faienza MF, Ventura A, Marzano F, Cavallo L. Postmenopausal osteoporosis: the role of immune system cells. Clin Dev Immunol. 2013;2013:575936.
3. Rodrigues AM, Canhão H, Marques A, Ambrósio C, Borges J, Coelho P, et al. Portuguese recommendations for the prevention, diagnosis and management of primary osteoporosis: 2018 update. Acta Reumatol Port. 2018;43 Suppl:123-44.
4. Marques A, Rodrigues AM, Romeu JC, Ruano A, Barbosa AP, Simões E, et al. Recomendações multidisciplinares portuguesas sobre o pedido de DXA e indicação de tratamento de prevenção das fraturas de fragilidade [Portuguese recommendations for ordering bone densitometry measurement and indications for treatment to prevent osteoporotic fractures]. Rev Port Med Geral Fam. 2016;32(6):425-41. Portuguese
5. Pedrosa VT, Pinto BO, Baptista Leite R, Guimarães MC, Araújo FC. Undertreatment of hip fragility fractures in the primary care setting: a 5-year nationwide perspective from Portugal. In: WCO IOF-ESCEO virtual congress, August 26-28, 2021. poster 616.
6. Torres CI. Prescrição de fármacos antiosteoporóticos e fatores que motivam a prescrição um ano após fratura da anca [dissertation]. Coimbra: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; 2015. Available from: https://hdl.handle.net/10316/30667
7. McCloskey E, Rathi J, Heijmans S, Blagden M, Cortet B, Czerwinski E, et al. The osteoporosis treatment gap in patients at risk of fracture in European primary care: a multi-country cross-sectional observational study. Osteoporos Int. 2021;32(2):251-9.
8. Iconaru L, Smeys C, Baleanu F, Kinnard V, Moreau M, Cappelle S, et al. Osteoporosis treatment gap in a prospective cohort of volunteer women. Osteoporos Int. 2020;31(7):1377-82.
9. Naik-Panvelkar P, Norman S, Elgebaly Z, Elliott J, Pollack A, Thistlethwaite J, et al. Osteoporosis management in Australian general practice: an analysis of current osteoporosis treatment patterns and gaps in practice. BMC Fam Pract. 2020;21(1):32.
10. Alami S, Hervouet L, Poiraudeau S, Briot K, Roux C. Barriers to effective postmenopausal osteoporosis treatment: a qualitative study of patients’ and practitioners’ views. PLoS One. 2016;11(6):e0158365.
11. Elliott-Rudder M, Harding C, McGirr J, Seal A, Pilotto L. Using electronic medical records to assess the rate of treatment for osteoporosis in Australia. Aust Fam Physician. 2017;46(7):508-12.
12. Willers C, Norton N, Harvey NC, Jacobson T, Johansson H, Lorentzon M, et al. Osteoporosis in Europe: a compendium of country-specific reports. Arch Osteoporos. 2022;17(1):23.
13. El Miedany Y, El Gaafary M, Gadallah N, Mahran S, Fathi N, Abu-Zaid MH, et al. Osteoporosis treatment gap in patients at risk of fracture in Egypt: a multi-center, cross-sectional observational study. Arch Osteoporos. 2023;18(1):58.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.