Satisfação e avaliação do internato de medicina geral e familiar em diferentes modelos de organização: estudo observacional
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i5.13931Palavras-chave:
Avaliação, Satisfação, Modelo organizativo, Medicina geral e familiarResumo
Objetivos: Perceber se o modelo organizacional da unidade de saúde em que decorre o internato em medicina geral e familiar tem impacto na satisfação dos médicos internos e nas notas de avaliação.
Métodos: Estudo observacional transversal, componente analítico. População: médicos que terminaram a sua formação em 2021/2022 na zona Norte de Portugal. Questionário de satisfação e consentimento informado enviados por correio eletrónico e obtidos dados sobre as notas de avaliação. Parecer favorável da Comissão de Ética.
Resultados: Obtiveram-se 168 respostas (60%). Na escolha do local formativo, as expectativas eram estatisticamente mais elevadas em quem escolheu as USF B (p=0,031). Afirmaram estar totalmente/muito satisfeitos 77,3% (54,6% UCSP, 74% USF A, 80% USF B); maior satisfação foi relativamente à oportunidade de realizar consultas de forma autónoma, acolhimento e oportunidade de apresentar trabalhos. O trabalho em equipa foi mais apreciado em USF B 76,2%, 70,4% em USF A e 36,4% em UCSP. Apenas 57,7% sentiram o seu horário respeitado (72,8% em UCSP, 66,6% em USF A e 54,6% em USF B). As notas de avaliação contínua foram estatisticamente superiores nas USF em relação às UCSP (p=0,006); as de avaliação final foram estatisticamente superiores nas USF B em relação às UCSP (p=0,033).
Discussão e Conclusão: O modelo organizacional da unidade de saúde teve impacto na satisfação dos médicos internos, bem como nas notas de avaliação. Seria importante aplicar o estudo a nível nacional, incluir outras variáveis e efetuar um estudo longitudinal, acompanhando a satisfação ao longo do internato.
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